NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO
A criança silábica, a medida que vai
verificando a insuficiência de sua hipótese de associar uma letra para cada
sílaba oral, amplia o seu campo de fonetização.
Em vez de fonetizar cada palavra,
preocupando-se com as sílabas orais como unidades lingüísticas, ela inicia a
fonetização de cada sílaba, percebendo normalmente que é constituída de mais de
uma letra. A criança vislumbra assim o princípio alfabético da escrita e avança
para o nível silábico-alfabético.
Para a criança silábica é impossível
ler o que as pessoas escrevem convencionalmente. A criança acha que sempre
sobram letras na escrita convencional, ou seja, tem mais letras nas palavras do
que os sons emitidos na fala.
A criança silábica entras em conflito porque
sabe que, nos livros e nas escritas de pessoas alfabetizadas, a grafia é correta, e que essas
pessoas têm a autoridade de saber ler e escrever.
É muito importante para a criança que avança para o nível
silábico-alfabético conhecer a grafia adequada de algumas palavras através da
autoridade do contexto cultural que a cerca - " a dos alfabetizados".
O confronto entre grafias corretas de palavras
e o tipo de escrita silábica (em vias de ser abandonada) produzida pela criança, é fonte
de reflexão e ajuda na passagem para o nível silábico-alfabético, porque a
criança percebe a necessidade de colocar mais letras do que as que põe no nível
silábico.
As crianças neste nível aumentam
o número de letras em suas escritas de duas formas:
- Ou voltam a escrever com muitas letras e com quaisquer letras abandonando a hipótese silábica;
- Ou continuam escrevendo silabicamente, acrescentando no final da palavra que escrevem mais letras aleatoriamente, conservando em parte a hipótese do nível silábico, podendo haver conflito entre a escrita silábica e a quantidade mínima de letras.
Tais comportamentos confundem muitos
os professores/alfabetizadores, que precisam estar atentos para entender e
analisar essas situações.
Este tipo de solução, de aumentar o número de
letras é que caracteriza o nível silábico-alfabético, apesar de ser uma solução
que resolve apenas uma parte do problema.
A
criança escreve então, nas palavras, algumas sílabas só com uma letra e outras
sílabas com duas letras. Mas ainda vai persistir o problema da decodificação,
de como ler o que escreveu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário