terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A Dislexia –


A Dislexia
dificuldade com o mundo da escrita afeta até 10% da população, desconsiderando cultura, classe social ou gênero. As crianças da sua classe com dislexia podem aparentar ser lentas e apáticas quando, na verdade, não são. O que acontece é que as suas habilidades são mascaradas por suas dificuldades com a linguagem escrita e, algumas vezes, oral.

Sintomas da dislexia dificuldades com leitura, soletração e escrita acontecem em aproximadamente 85% das dificuldades de aprendizagem (Cramer & Ellis). É amplamente reconhecido que, enquanto algumas crianças mostram alguns indícios de dislexia em graus variados, até 5% vão apresentar um conjunto de problemas severos com a linguagem escrita, o que discutiremos na seção 2.

Este curso é relevante para todos os professores, já que todos podem encontrar alunos com dislexia com um grau maior ou menor em suas salas de aula. Dessa forma, foi criado um treinamento para que todos os professores a se tornem conscientes sobre o fato de que os alunos apresentam diferenças em sua habilidade de aprendizagem e a responderem de forma apropriada a essas diferenças em um contexto de aula inclusivo. Deverá ser preferencialmente usado na fase de formação de professores, ou seja, antes de estarem efetivamente diante de uma classe. Para avaliação formal visando certificação, ministérios nacionais de educação são convidados a avaliar este curso e administrar certificados adequados como parte de seus programas de treinamento para professores.

    O curso pode ser adaptado para uso em qualquer contexto linguístico e cultural local. Primeiramente é dada uma explicação sobre o que é a dislexia e suas consequências nos vários aspectos da vida, ajudando professores a identificar a dislexia e saber como adaptar suas aulas às necessidades dos alunos disléxicos. Em seguida, apresentam-se os princípios e métodos do ensino multissensorial, necessários para que estudantes com dislexia se tornem letrados e desenvolvam seus talentos.

Como vários dos professores, que participaram do curso piloto perceberam, as sugestões, ferramentas e técnicas apresentadas nesse treinamento são adaptadas não apenas às necessidades de aprendizagem de crianças com dislexia, mas são também benéficas para todas as crianças em qualquer sala de aula.

 RESULTADOS DA APRENDIZAGEM

Com este curso, pretendemos que você seja capaz de:

•compreender o que é a dislexia

•saber como identificá-la

•saber como ensinar leitura, soletração e escrita para crianças com ou sem dislexia

•saber como ajudar crianças a lidar com suas dificuldades específicas em concentração, memória e organização

•ajudar seus alunos a lidar com sua dificuldade

 Você também entenderá que:

•todas as crianças aprendem de forma diferente

•a dislexia tem um impacto duradouro e negativo na criança

•a identificação e a intervenção rápidas são importantes

•os portadores de dislexia têm qualidades que deveriam ser exploradas, reconhecidas e valorizadas por todos

De um modo geral, esperamos que este curso lhe ofereça tanta ajuda quanto à oferecida ao Coordenador de Serviços de Suporte em uma escola elementar o qual nos deu o seguinte feedback:

   Eu fiquei muito impressionado com a forma como vocês abordaram um assunto tão complexo e o tornaram tão acessível. É evidente que vocês investiram muito tempo, pensamento, pesquisa e esforço em criar esta ferramenta de treinamento. Eu a achei informativa, envolvente e provocativa. Eu sei que tendo lido e absorvido o curso, o conhecimento que ganhei será de grande ajuda no ensino com todas as crianças e também com as crianças disléxicas. O curso também ampliou e aprofundou o meu conhecimento da condição.

Eu particularmente gostei da abrangência do curso: desde a neurologia, a definição, processos envolvidos na leitura e na escrita, a ajuda prática para questões mais amplas como os efeitos sociais e emocionais desse diagnóstico (ou falta de um) nos pais e também nas crianças.

Eu sei que essa ferramenta vai também ser útil como uma referência, pois voltarei a elementos do curso para refrescar a memória em ocasiões futuras.

COMO CONSEGUIR ESTE CURSO

É aconselhável o trabalho em duplas, ao menos para as perguntas e atividades. O feedback do estudo piloto sugere que os participantes que trabalharam em duplas tiveram mais ganhos do que os que fizeram o curso sozinhos, como eles mesmos disseram:

Nós gostamos de completar as atividades juntos e achamos que as perguntas abertas foram especialmente efetivas, porque levaram a várias discussões e como resultado a uma compreensão mais profunda.

 Trabalhar em duplas tornou possível praticar as várias estratégias de avaliação que eram apresentadas e vão com certeza nos ajudar a lembrar quando estivermos na sala de aula.Por favor, tenha em mente que você pode clicar de qualquer parte do curso em Glossário na direita da tela para ter acesso à definição de palavras chave complexas.

Duração: aproximadamente 20 horas, dependendo do tempo extra dedicado a leituras adicionais no segundo nível opcional.

Comentários sobre o curso são bem vindos e ficaríamos gratos se você completasse e nos enviasse o pequeno formulário de avaliação no final da Seção 3.

Dificuldade em ler frases simples, se atrapalhar com os sons ou significados das palavras. Em turmas numerosas, muitos professores talvez não consigam identificar que situações como essas podem ser muito mais do que um mero desnivelamento entre alunos, mas algumas das características da dislexia. Considerada um distúrbio e não uma doença, a dislexia é um transtorno manifestado na aprendizagem da leitura e escrita dos estudantes. Por ser invisível a muitos educadores, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) em parceria com o Instituto ABCD lançaram uma plataforma de formação on-line gratuita para professores. O ambiente virtual vai oferecer desde conteúdos básicos sobre o tema, formas de identificar o distúrbio e de adquirir técnicas para ensinar leitura, soletração e escrita até apontar como melhorar o ambiente escolar, fazendo com que os estudantes lidem com suas dificuldades específicas em concentração, memória e organização.

O curso foi desenvolvido a partir da versão criada originalmente pela Dyslexia Internacional e autorizado pelo Ministério de Educação Superior, da Pesquisa Científica e das Relações Internacionais da comunidade francófona belga. O material foi financiado pela Unesco e lançado em quatro de suas seis línguas oficiais: árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol.

crédito iunewind / Fotolia

 No Brasil, o conteúdo direcionado ao treinamento dos professores foi trazido pela UFMG, que, em parceria com o Instituto ABCD, adaptou-o para a língua portuguesa e lançou a plataforma. Os conteúdos podem ser acessados no link http://dislexiabrasil.com.br. “Em outros países, o conceito de dislexia faz parte do dia a dia escolar. Aqui, ainda temos dificuldade para garantir que as pessoas entendam o que ela é. Por conta disso, estamos trabalhando, principalmente, na conscientização do público e em um caráter mais específico, a partir da disponibilização desse material. Ele traz tanto questões científicas quanto técnicas, com a proposta de empoderar os professores de diferentes formas”, afirma Monica Weinstein, presidente e diretora do Instituto ABCD e mãe de uma filha com dislexia e discalculia – problema que gera dificuldade de aprendizagem de uma pessoa de compreender e manipular números.

“Se não tivermos os docentes do nosso lado não conseguimos mudar esse cenário. Tentamos evitar a cronificação, que é chegar a um cenário mais agravante da dislexia no país”

Para Weinstein, a capacitação é fundamental para que os professores coloquem o tema cada vez mais em pauta. Cerca de 10% da população mundial, desconsiderando cultura, classe social ou gênero, é afetada pela dislexia, de acordo com estudo feito por cientistas da universidade College London, no Reino Unido. “Se não tivermos os docentes do nosso lado, não conseguiremos mudar esse cenário. Tentamos evitar a cronificação, que é chegar a um cenário mais agravante da dislexia no país”, afirma.

Para acessar os conteúdos, os professores precisam estar cadastrados na plataforma. Os materiais, que incluem textos, PDFs e vídeos, podem ser usados de forma ilimitada. Como o curso não é modular, o usuário pode gerenciar um cronograma próprio para suas aulas – que têm, em média, 20 horas –, além de responder a um questionário no final do curso, para receber um certificado. Além disso, por conta de seu conteúdo técnico, a plataforma também pode ser usada por especialistas, como pedagogos ou médicos, que trabalham com crianças e jovens. “O curso não tem tanta interatividade, porém permite que professor organize seu tempo da forma como quiser”, diz.

 Weinstein afirma que esse treinamento é importante porque dá ferramentas e empodera o professor para saber o que fazer e entender as necessidades de cada estudante.  “O professor não faz diagnóstico porque ele não tem especialidade para isso. No entanto, é ele quem passa grande parte do tempo com o aluno, no dia a dia, em sala de aula. Ele não precisa fazer um diagnóstico, mas um check list, já que aprende a perceber os perfis de alunos. Dessa maneira, o professor passa a entender que as dificuldades não estão ligadas ao histórico escolar do aluno, de maus professores, mas porque o estudante pode ser um disléxico e realmente ter problemas em aprender”, diz.

Além da bagagem conceitual, o treinamento oferece orientações bastante aplicáveis ao cotidiano escolar, como a realização de exercícios de leitura oral com alunos com dislexia (uma vez que eles têm dificuldade em se concretar na leitura escrita) ou a não descontar pontos por erros ortográficos. “Essas são algumas orientações genéricas, que estão nas mãos dos professores e não dependem de grandes investimentos”, afirma.

    A ausência de um diagnóstico precoce considera Weinstein, pode interferir diretamente na autoestima e motivação, deflagrando a evasão e o fracasso escolar. “Os alunos com dislexia que recebem uma formação adequada em alfabetização, por exemplo, com cuidado especial, em seis ou oito meses conseguem render dois anos de atraso”.

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