Níveis de Desenvolvimento do Aluno no Processo de
Alfabetização
O processo de alfabetização passa por vários
níveis e não são processos mecânicos, mas sim processos que envolvem diferentes
metodologias para dar um suporte na estrutura da leitura e da escrita, que
exige alto grau de abstração.
Para que o professor possa
auxiliar na superação das possíveis dificuldades apresentadas pela criança na
apropriação da leitura e da escrita é necessário que conheça os quatro níveis
de desenvolvimento da criança na aquisição da habilidade de ler e escrever.
- 1 – Nível pré-silábico
Que é a diferenciação que a criança estabelece entre o desenho e a
escrita, ou seja, de rabiscos para os traços da escrita.
- 2 – Nível silábico
Neste nível cada letra ou sinal gráfico corresponde a uma emissão sonora.
É a descoberta de que a quantidade de letras com que se vai escrever
corresponde com a quantidade de partes que se reconhece na linguagem oral.
Quando a criança utiliza a escrita conforme o som.
- 3 – Nível silábico-alfabético
Neste nível a escrita já possibilita leitura por parte do adulto, porque
falta apenas uma ou outra letra que não impede a dedução do que se pretende
escrever.
A criança encontra um conflito entre hipótese silábica e quantidade
mínima de caracteres, tendo dificuldade em coordenar as hipóteses que se deu no
curso dessa evolução, bem como o meio que a ofereceu. E ela descobre que a sílaba não pode ser uma
unidade, e que ela pode ser composta por elementos menores (as letras), surgindo assim
novos problemas para ela. Percebe-se dessa forma
(quanto ao eixo quantitativo) que uma letra
não pode ser uma sílaba, porque existem sílabas com mais de uma letra; e que a
identidade do som não garante a identidade das letras; nem a identidade das
letras a do som. Descobre que existem letras com a mesma grafia e vários sons,
que há sons iguais e grafias diferentes e que na maioria das vezes não se fala
o que se escreve e vice-versa.
Começa aqui novos conflitos ao vivenciar os problemas ortográficos que
inicia neste período e se estende por todo o processo e acaba confundindo as
hipóteses dos níveis silábicos e alfabéticos ao mesmo tempo.
Neste nível a
criança apresenta muitas dificuldades. Ex:- grafa algumas sílabas completas e
outras incompletas; - acrescenta letras
à fase anterior (silábico);
- apresenta ausência de letra na sua escrita; que não pode ser
considerado um retrocesso e sim uma progressão nos níveis conceituais.
Nesta fase inicia-se a leitura independente de textos, palavras,
livrinhos, algumas soletram para ler. E outras já vêem as sílabas simples na
sua totalidade. E podem fazer seu trabalho de leitura e escrita com diferentes
tipos e modalidades de letras. Nesta fase de leitura já fazem predição,
antecipação do significado das palavras, que são inferências básicas neste
processo.
Há dificuldades na leitura e escrita que começam com vogais; podendo
fazer a inversão das letras tanto na leitura quanto na escrita.
Ex: amora lêem e escrevem : maora.
Com essa desestabilização das hipóteses pré-silábica e silábica, onde
ora a criança constrói escritas silábicas, ora escritas alfabéticas.
(estando nos dois níveis
simultaneamente).
Nesta fase o professor deverá articular um trabalho que vise à compreensão
da criança, ordenadas e compostas necessariamente de vogais e consoantes;
direcionando as tarefas ao destaque silábico, visando a percepção da criança
dos pedaços da fala em seus escritos e de como são representados. A criança
precisa assimilar e compreender a correlação entre a escrita e a fala, tomando
como ponto de partida que a escrita funciona como um sistema de representação
da linguagem oral das crianças. É o momento transitório da oralidade para a
escrita. E é no âmbito da oralidade que
os escritos das crianças querem enquanto representação dos pedaços de sua fala
quer no contexto de vida para a interpretação, ganham significados por menores
e mais fragmentados que sejam.
- 4 – Nível alfabético
Neste nível a criança já domina a leitura e a escrita e utiliza os
caracteres de acordo com a quantidade de fonemas.
Dessa forma, no processo de alfabetização em todos os níveis são
importantes e necessários. Cada criança assimila gradativamente, ora avançando
ou retrocedendo. E que no aprender faz-se preciso passar por inúmeras etapas
sucessivas, onde o conhecimento é pessoal e intransferível que pode ser
reestruturado pelo sujeito que aprende.
Neste momento, o meio social interfere na escrita, pois o contato com a
linguagem é que vai determinar uma escrita mais elaborada.
Conclusão
Porém a escrita, assim como qualquer outra habilidade pode apresentar
dificuldades em seu desenvolvimento. Para tanto, todas as estratégias e
metodologias serão necessárias para sanar os problemas detectados no decorrer
do processo de alfabetização.
Portanto, podemos ressaltar que até hoje os problemas apresentados na
leitura e na escrita vem sendo exposto como uma questão de método, onde podemos
citar o método sintético que parte de elementos menores que a palavra e o
método analítico que insisti na correspondência entre o oral e o escrito, entre
o som e a grafia, indo das partes ao todo.
Agora a linguística
desenvolveu o método fonético, iniciando pelo fonema associando à sua
representação gráfica.
- Sendo necessário que o sujeito seja capaz de isolar e reconhecer os diferentes fonemas para poder relacioná-las aos sinais gráficos. Para isso precisamos estabelecer questões prévias; pronúncia correta e evitar confusões entre fonemas que as grafias e forma semelhantes sejam apresentadas separadamente.
- Existem divergências entre os diferentes métodos, mas que do ponto de vista inicial, aprendizagem da leitura e da escrita seja uma questão mecânica, concebe-se a escrita como transcrição gráfica da linguagem oral com a imagem, ou seja, ler significa decodificar o escrito em som. Sendo que o método será mais eficaz se a escrita estiver de acordo com os princípios alfabéticos, mas nem sempre isso será possível, podemos começar pela ortografia regular onde palavras e grafias coincidam com a pronúncia.
- As cartilhas, os livros de iniciação a leitura, tentam conjugar todos esses princípios, dissociando dessa forma a leitura da fala. Por isso, há aspectos fundamentais a considerar: a competência lingüística da criança, sua capacidade cognoscitiva para mudar a visão da criança que atravessa umbrais na alfabetização. Todo esse processo de construir a leitura e a escrita requer reflexões sobre a nossa prática para buscar alternativas de melhoria para as nossas crianças.
- Portanto, a forma como cada criança constrói seu conhecimento são diversos e trilham diferentes caminhos: percepção, ação, memória, imitação, classificação, ordenação e significação. Todos esses aspectos precisam ser trabalhados e desenvolvidos pelas crianças através de diferentes estratégicas para atingir os objetivos propostos e se chegar ao caminho da alfabetização.