quinta-feira, 5 de setembro de 2013


CADERNO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA: UMA PROPOSTA INCLUSIVA


PACTO NACIONALFORMAÇÃO  CONTINUADA DE PROFESSOR: PROFESSORA NORANEUZA RODRIGUES LIMA

 

      RESUMO DE EDUCAÇAO ESPECIAL DO PACTO NACIONAL:

 

1-   Refletindo sobre o processo de alfabetização e letramento

No que se refere à apropriação do SEA (Sistema de Escrita Alfabética) do aluno com deficiência motora, o professor também não encontrará receitas prontas e precisa pensar em um currículo capaz de revolucionar a sua práxis, atendendo às peculiares dos alunos.

 

a) É possível escrever com incoorde­nação manual e impedimentos de lo­comoção?

A criança com deficiência motora apresenta a coordenação manual e a locomoção impedidas, não vivenciam o brincar de escrever que é tão importante. As situações cotidianas de interação com a leitura e a escrita também precisarão ser garantidas para essas crianças cadeirantes ou que apresentem distúrbios de coordenação manual. Dessa forma, se a criança com deficiência não chega até o objeto escrito, o objeto vai precisar chegar até as suas mãos. O que fazer?

Essa aprendizagem pode ser garantida, sobretudo porque a aprendizagem da leitura

A pessoa com deficiência motora Frente ao processo de alfabetização

A deficiência motora caracteriza-se pelos impedimentos nos movimentos e na coordenação de membros e/ou de cabeça, em que a pessoa necessitará de adaptações que garantam a acessibilidade motora, ou seja, o seu acesso a todos os espaços, serviços e instituições. Isso significa que é preciso permitir tanto o acesso aos espaços físicos, com uma estrutura arquitetônica apropriada, garantindo a autonomia e independência da pessoa, como também de uma prática pedagógica que considere as especificidades da criança. Focaremos as discussões no aluno com paralisia cerebral, por ser uma das principais causas de deficiência motora presente em nossas escolas. Clinicamente, a paralisia cerebral é definida como uma desordem do movimento e da postura em decorrência de uma lesão, não progressiva, do cérebro ainda em desenvolvimento (TELES; NASCIMENTO, 2005). Esta deficiência motora central pode estar associada à deficiência de fala, visão e audição, ou à deficiência intelectual, o que nesse caso caracterizaria deficiência.

Múltipla.

Os recursos de tecnologia assistiva utilizados na prática pedagógica dependerão das funcionalidades de cada estudante e de suas necessidades educacionais específicas. São exemplos de recursos de tecnologia assistiva usados para promover acessibilidade: um lápis engrossado, para facilitar a escrita, ou de recursos de alta tecnologia, como o uso de computadores como sistemas de comunicação

Alternativa.

Uma questão importante que deve ser lembrada é que nem sempre a falta de recursos de acessibilidade está relacionada à questãofinanceira, pois o professor pode utilizar recursos simples e conseguir garantir o acesso do seu aluno na aprendizagem. Dessa forma, duas questões tornam-se centrais nesse tópico: (a) a identificação das peculiaridades educacionais de cada estudante é fundamental para a escolha das estratégias e dos recursos didáticos e pedagógicos; (b) a promoção de acessibilidade nem sempre depende de alta Tecnologia Assistiva (área do conhecimento e de atuação que desenvolve serviços, recursos e estratégias que auxiliam na promoção de acessibilidade às pessoas com deficiência), já que o professor pode utilizar de sua criatividade para realizá-las. A pessoa com deficiência motora, muitas vezes, é discriminada e excluída do ambiente educacional, pois a grande parte de professores concebe que não há possibilidades de aprendizagem e que, atrelada à deficiência motora, a pessoa possui também deficiência intelectual, o que não é verdade para todos os casos. A segregação se torna ainda mais grave quando a deficiência motora acomete consideravelmente a fala e impede o uso da comunicação oral de forma fluente – impedimento bastante comum.

2. A pessoa com deficiência motora

Frente ao processo de alfabetização

Tícia Cassiany Ferro Cavalcante (UFPE) caderno de educação especial 1.1Um dos principais recursos de tecnologia assistiva que pode possibilitar a erradicação das barreiras comunicacionais, importante no âmbito educacional, é a Comunicação Alternativa e Suplementar (CAS). A CAS contempla os recursos e estratégias que complementam ou trazem alternativas para a fala de difícil compreensão ou inexistente

(pranchas de comunicação e vocalizadores portáteis), conforme descreve Reily (2004). Prevê ainda estratégias e recursos de baixa ou alta tecnologia que promovem acesso ao conteúdo pedagógico (livros digitais, softwares para leitura, livros com caracteres ampliados) e facilitadores de escrita, no caso de deficiência motora, com engrossadores de lápis, órteses para digitação, computadores com programas específicos e periféricos

(mouse, teclado, acionadores especiais). Uma pergunta norteadora: como usar um sistema de comunicação alternativa em sala de aula para

Alunos com paralisia cerebral? Inicialmente, é preciso avaliar as

Potencialidades dos alunos para que possam ser definidos os caminhos que garantam a

Acessibilidade motora, como o objetivo inicial de estabelecer uma comunicação mínima entre professor e aluno e entre os alunos.

Zaporoszenko e Alencar (2008) argumentam que os alunos com necessidades de CAS

apresentam níveis de competência linguística diversificados. O sistema de CAS só pode

ser implementado depois que o professor conhecer seu aluno, pois as pranchas sempre

Serão construídas com a colaboração dos usuários. Este é o primeiro passo.

O professor, com apoio do professor especialista, precisa realizar uma avaliação.

do seu aluno e da situação na qual o sistema será utilizado para determinar o que será

Mais útil e funcional, como bem destacam Zaporoszenko e Alencar (2008). É importante que o professor faça uma lista das principais

Necessidades do aluno, para depois, juntamente com ele, começar a construir os

Cartões que constituirão a prancha. Depois da lista, ocorre o reconhecimento dos cartões pelo aluno. Assim, o professor expõe dois

Cartões escolhe um dos dois e solicita que o aluno aponte. A comunicação torna-se mais eficaz quando é estabelecida em contexto educacional naturalístico, em situações reais de interação e em atividades rotineiras.

Quais os recursos disponíveis na

Escola?

Antes de iniciar o trabalho pedagógico devemos conhecer os recursos disponíveis na escola, desde as condições de acessibilidade física, como rampas, banheiros adequados, sinalizações; assim como os recursos que.

Auxiliam a mobilidade do aluno, como cadeiras de rodas e corrimões. Além disso, como bem enfatizam Sartoretto e Bersch (2010),

Devemos pensar nos materiais pedagógicos adequados, como lápis e canetas ajustados à condição do aluno, alfabeto móvel, pranchas.

Com letras e palavras, computadores, teclados e mouses acessíveis, acionadores, órtese de mão funcional para escrita e digitação, ponteiras de boca ou cabeça. E se não houver esses recursos? Uma questão importante já mencionada é que alguns recursos podem ser elaborados pelo professor.

Dessa forma, não precisamos esperar que as tecnologias assistivas apareçam em nossas salas. Podemos confeccionar materiais interessantes e acessíveis e compartilhar com os nossos colegas, como as pranchas em material emborrachado e jogos.

 

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