CADERNO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM
DEFICIÊNCIA: UMA PROPOSTA INCLUSIVA
PACTO NACIONALFORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSOR: PROFESSORA
NORANEUZA RODRIGUES LIMA
RESUMO DE EDUCAÇAO ESPECIAL DO PACTO
NACIONAL:
1-
Refletindo
sobre o processo de alfabetização e letramento
No que se
refere à apropriação do SEA (Sistema de Escrita Alfabética) do aluno com
deficiência motora, o professor também não encontrará receitas prontas e
precisa pensar em um currículo capaz de revolucionar a sua práxis, atendendo às
peculiares dos alunos.
a) É possível
escrever com incoordenação manual e impedimentos de locomoção?
A criança com deficiência motora apresenta a
coordenação manual e a locomoção impedidas, não vivenciam o brincar de escrever
que é tão importante. As situações cotidianas de interação com a leitura e a
escrita também precisarão ser garantidas para essas crianças cadeirantes ou que
apresentem distúrbios de coordenação manual. Dessa forma, se a criança com
deficiência não chega até o objeto escrito, o objeto vai precisar chegar até as
suas mãos. O que fazer?
Essa aprendizagem pode ser garantida, sobretudo
porque a aprendizagem da leitura
A
pessoa com deficiência motora Frente ao processo de alfabetização
A
deficiência motora caracteriza-se pelos impedimentos nos movimentos e na coordenação
de membros e/ou de cabeça, em que a pessoa necessitará de adaptações que garantam
a acessibilidade motora, ou seja, o seu acesso a todos os espaços, serviços e
instituições. Isso significa que é preciso permitir tanto o acesso aos espaços
físicos, com uma estrutura arquitetônica apropriada, garantindo a autonomia e
independência da pessoa, como também de uma prática pedagógica que considere as
especificidades da criança. Focaremos as discussões no aluno com paralisia
cerebral, por ser uma das principais causas de deficiência motora presente em nossas
escolas. Clinicamente, a paralisia cerebral é definida como uma desordem do movimento
e da postura em decorrência de uma lesão, não progressiva, do cérebro ainda em
desenvolvimento (TELES; NASCIMENTO, 2005). Esta deficiência motora central pode
estar associada à deficiência de fala, visão e audição, ou à deficiência
intelectual, o que nesse caso caracterizaria deficiência.
Múltipla.
Os
recursos de tecnologia assistiva utilizados na prática pedagógica dependerão
das funcionalidades de cada estudante e de suas necessidades educacionais
específicas. São exemplos de recursos de tecnologia assistiva usados para
promover acessibilidade: um lápis engrossado, para facilitar a escrita, ou de
recursos de alta tecnologia, como o uso de computadores como sistemas de
comunicação
Alternativa.
Uma
questão importante que deve ser lembrada é que nem sempre a falta de recursos de
acessibilidade está relacionada à questãofinanceira, pois o professor pode
utilizar recursos simples e conseguir garantir o acesso do seu aluno na
aprendizagem. Dessa forma, duas questões tornam-se centrais nesse tópico: (a) a
identificação das peculiaridades educacionais de cada estudante é fundamental
para a escolha das estratégias e dos recursos didáticos e pedagógicos; (b) a
promoção de acessibilidade nem sempre depende de alta Tecnologia Assistiva
(área do conhecimento e de atuação que desenvolve serviços, recursos e
estratégias que auxiliam na promoção de acessibilidade às pessoas com deficiência),
já que o professor pode utilizar de sua criatividade para realizá-las. A pessoa
com deficiência motora, muitas vezes, é discriminada e excluída do ambiente
educacional, pois a grande parte de professores concebe que não há possibilidades
de aprendizagem e que, atrelada à deficiência motora, a pessoa possui também
deficiência intelectual, o que não é verdade para todos os casos. A segregação
se torna ainda mais grave quando a deficiência motora acomete consideravelmente
a fala e impede o uso da comunicação oral de forma fluente – impedimento
bastante comum.
2. A pessoa com deficiência motora
Frente ao processo de alfabetização
Tícia
Cassiany Ferro Cavalcante (UFPE) caderno de educação especial 1.1Um dos principais
recursos de tecnologia assistiva que pode possibilitar a erradicação das barreiras
comunicacionais, importante no âmbito educacional, é a Comunicação Alternativa
e Suplementar (CAS). A CAS contempla os recursos e estratégias que complementam
ou trazem alternativas para a fala de difícil compreensão ou inexistente
(pranchas
de comunicação e vocalizadores portáteis), conforme descreve Reily (2004). Prevê
ainda estratégias e recursos de baixa ou alta tecnologia que promovem acesso ao
conteúdo pedagógico (livros digitais, softwares para leitura, livros com
caracteres ampliados) e facilitadores de escrita, no caso de deficiência
motora, com engrossadores de lápis, órteses para digitação, computadores com
programas específicos e periféricos
(mouse,
teclado, acionadores especiais). Uma pergunta norteadora: como usar um sistema
de comunicação alternativa em sala de aula para
Alunos
com paralisia cerebral? Inicialmente, é preciso avaliar as
Potencialidades
dos alunos para que possam ser definidos os caminhos que garantam a
Acessibilidade
motora, como o objetivo inicial de estabelecer uma comunicação mínima entre
professor e aluno e entre os alunos.
Zaporoszenko
e Alencar (2008) argumentam que os alunos com necessidades de CAS
apresentam
níveis de competência linguística diversificados. O sistema de CAS só pode
ser
implementado depois que o professor conhecer seu aluno, pois as pranchas sempre
Serão
construídas com a colaboração dos usuários. Este é o primeiro passo.
O
professor, com apoio do professor especialista, precisa realizar uma avaliação.
do
seu aluno e da situação na qual o sistema será utilizado para determinar o que
será
Mais
útil e funcional, como bem destacam Zaporoszenko e Alencar (2008). É importante
que o professor faça uma lista das principais
Necessidades
do aluno, para depois, juntamente com ele, começar a construir os
Cartões
que constituirão a prancha. Depois da lista, ocorre o reconhecimento dos cartões
pelo aluno. Assim, o professor expõe dois
Cartões
escolhe um dos dois e solicita que o aluno aponte. A comunicação torna-se mais
eficaz quando é estabelecida em contexto educacional naturalístico, em
situações reais de interação e em atividades rotineiras.
Quais os recursos disponíveis na
Escola?
Antes
de iniciar o trabalho pedagógico devemos conhecer os recursos disponíveis na
escola, desde as condições de acessibilidade física, como rampas, banheiros adequados,
sinalizações; assim como os recursos que.
Auxiliam
a mobilidade do aluno, como cadeiras de rodas e corrimões. Além disso, como bem
enfatizam Sartoretto e Bersch (2010),
Devemos
pensar nos materiais pedagógicos adequados, como lápis e canetas ajustados à condição
do aluno, alfabeto móvel, pranchas.
Com
letras e palavras, computadores, teclados e mouses acessíveis, acionadores,
órtese de mão funcional para escrita e digitação, ponteiras de boca ou cabeça. E
se não houver esses recursos? Uma questão importante já mencionada é que alguns
recursos podem ser elaborados pelo professor.
Dessa
forma, não precisamos esperar que as tecnologias assistivas apareçam em nossas salas.
Podemos confeccionar materiais interessantes e acessíveis e compartilhar com os
nossos colegas, como as pranchas em material emborrachado e jogos.
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